Aos meus mais velhos, agradeço por todas as noites que
passaram acordados em pró do Orixá. Dobro meus joelhos e abaixo meus olhos as
senhoras e aos senhores que sempre tiveram uma palavra de sabedoria para me
ajudar e todos os dias rogo ao meu Orixá em agradecimento por ter em minha vida
os “meus egbomis”, que enriquecem meu candomblé com suas experiências e com a simplicidade
de quem vê a religião como razão de viver e não como arma de opressão.
Lembro-me de uma frase de uma senhora já nos seus oitenta e
cinco anos que me disse, que a riqueza do Orixá está na longevidade e na
família que ele nos apresenta. Hoje vejo que ela estava certíssima em seu pensamento,
pois nós, jovens, somos parte do futuro, assim como os mais velhos. Honrar
aquele que te ensinou, não demonstra fraqueza ou dependência, ao contrário,
mostra que você tem respeito e gratidão, sentimentos que estão cada vez mais
raros e a ausência de ambos, na minha opinião, são a grande causa do caos religioso
que toma conta do mundo.
Vejo no olhar dos nossos pais ogãs e ekedis, que viveram em
outro tempo, o desapontamento com muita coisa que está acontecendo no
candomblé, recebo e-mails de pessoas que tem idade de serem meus pais biológicos
e que me pedem para interceder nessa “bagunça” que estão fazendo com a
religião, fico feliz e honrado pela confiança, mas me entristece ouvir ou ler as
palavras de preocupação de quem viveu a dor e a perseguição de ser de Orixá.
Pedimos respeito aos mais velhos! E aos egbomis pedimos apenas
um minuto de sua sabedoria e que divida conosco suas experiências e seu axé,
sem vocês não teremos força para levar um candomblé verdadeiro, de raíz.
Atenciosamente
Babá Diego de Odé – Egbé L’ajò/ Itapevi – SP.
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