Cada zelador de Orixá tem a sua forma de fazer a gestão de sua casa de axé e eu que cresci em uma casa de candomblé onde a Iyálorixá, minha bisavó materna, mantinha as “rédias curtas”, rígida e com ela não tinha frescura certa, todas questões eram resolvidas pontualmente, sem preferências.
Cheguei, muitas vezes, a pensar que ela cometia exageros, pois o tempo todo estava observando e controlando, mas hoje vejo que minha bisavó, que era de Ogún, não estava errada, pois nem todo mundo consegue separar as coisas, se você tenta ser amigo, acham que você é besta e tudo tem limite.
Isso não acontece apenas comigo, quem já não viveu ou ouviu algo assim:
- O filho entra sem condições nenhuma, você aperta para ajudar e no final ele fala mal de você, reclamando e exigindo o que não ofereceu.
- Você marca o candomblé dois meses antes e no dia, o filho não aparece e diz que não sabia ou que você não tinha avisado a ele.
- Com tanta coisa para fazer, o filho chega e fica sentado olhando os outros trabalhem e quando pedimos para fazer algo, fica com a maior cara feia ou inventa uma desculpa.
Essas são situações que desgastam quem estão se dedicando há dias para que um orô ou um candomblé saia da forma que planejamos. Por isso lembrem-se:
- Não é o que se oferece ao Orixá, e sim a forma que se oferece.
- Não é a comida que o Orixá recebe e sim a atenção e o cuidado que você teve ao preparar.
- Não é uma roupa bonita que agrada seu santo, e sim uma roupa comprada com suor, amor e de bom coração.
Toda crença tem seus dogmas e o Candomblé não é diferente, mas para que eles tomem sentido no cotidiano, precisamos entender o que é o Orixá, de onde veio e principalmente nos abrimos para senti sua força e axé.
Desejo uma ótima semana e que Olorun esteja conosco!
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