Esse texto seria postado na comunidade da nossa casa (Família Egbé L’ajò), mas acredito que ele também pode ajudar outras casas, pois é baseado em nosso cotidiano e dividir experiências sempre é positivo.
Os mais velhos de uma casa de axé precisam ser espelho do babálorixá ou iyálorixá, são os que fazem a palavra do Orixá da casa ser aplicada, contudo isso deve ser feito com educação, amor e carinho pelos irmãos. Quem está chegando a uma casa, vem muitas vezes, com o coração machucado, com a vida bagunçada e precisa ser abraçado pela família de axé. Respeito as casas que mantém o regime rígido, onde manda quem pode e obedece quem tem juízo, mas essas não é a casa que eu idealizei para os meus filhos.
Eu, em dez anos que sou zelador, nunca precisei gritar nem humilhar ninguém para delegar funções ou impor o meu poder, eu acredito que influência e respeito, estão ligados a sabedoria, tolerância e reciprocidade, e não ao medo. Hierarquia existe para organizar o nosso culto, o mais velho transmitindo conhecimento ao mais novo, e o mais novo cuidando do mais velho, e não permito que no Ilè Asé Egbé L’ajò, surja qualquer disputa ou guerra de gerações, cada um tem o seu papel e sua importância.
Meu tempo é hoje! O futuro é agora e o que é bom permanece, o que é ruim precisa ser mudado, pois somos uma família e precisamos pensar no bem do grupo, antes do nosso. E na minha casa a estrela é o Orixá, celebridade são os nossos ancestrais e quem coloca ou tira é Esú, tenham todos a ciência disso.
Atenciosamente,
Babá Diego de Odé
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