Nós, religiosos, lidamos todos os dias com “vidas” e consequentemente com as fases do ser humano, o nascimento que dá sentido a tudo e a morte que vem silenciosa, outras vezes esperada, mas raramente bem vinda, isso porque ela vem acompanhada de um triste adeus e nos faz refletir sobre o sentido da existência. Será que é vim, crescer ou não, e morrer? Parece tão vazio, tão sem razão.
Acredito na vida após a morte, a alma é eterna e quem é do Orisá, quem renasceu para fé, tem a responsabilidade de fazer valer essa “passagem” pelo aiyè, como eu já disse, alimentar ódio, rancor, guerras, pra quê? Vale a pena jogar tempo fora? Nesses últimos dois anos, eu aprendi que não, vim para servir e amar, e vou fazer bem feito, o restante está nas mãos do Orisá, pois ele sim é eterno, assim como a memória que eu deixarei aqui.
Quando a morte (Orisá Iku) inevitavelmente chegar, o que você terá feito de bom ou de mal para prestar conta? Já pensou nisso? O que você fez com a oportunidade que Olorún te deu? Nasceu, cresceu, assumiu responsabilidades, melhorou sua sociedade, amou e cuidou da terra, ou, ao invés disso você passou sua vida atrapalhando, invejando e parasitando o outro?
Um enterro é um momento triste, mas também serve para mostrar que não somos nada! Abrace, ame e agradeça, a vida é um milagre, mas aqui, na terra, ela é apenas um momento.
Sem mais,
Babá Diego de Odé