Uma família de axé desempenha um papel muito importante em nossas vidas, porém não devemos transferir para ela os problemas que temos ou tivemos na nossa família carnal. Observei nesses anos que todos aqueles que entram no Candomblé para unicamente suprir a carência familiar, acabam se frustrando, pois independente da relação que você está buscando, laços de amizade e cumplicidade levam tempos para se fortalecer.
Muitos zeladores são contra as “amizadinhas” na casa de santo, dizem que adoecem a relação com religioso e apenas buscar amigos não é o intuito quando se busca uma religião, seja ela qual for. Eu concordo em partes, pois acredito que as relações sadias ajudam a fortalecer os elos com a comunidade, motivam e podem ser um fator de axé, o que eu não gosto é do disse-me-disse, a conversinha fiada e a busca por aliados para se fortalecer na casa de santo e criar as famosas panelinhas, isso nunca deu certo, é o pior contra-axé, afinal você se inicia para viver melhor consigo e com o meio, buscar a segregação é dizer ao Universo (Olorún) que você se acha melhor que os outros, o que vai totalmente contra a uma fé que prega a integração com a natureza e com todo ser vivo.
Por isso, meu conselho é, vá com calma, espere amadurecer as relações de confiança, a vida já é muito complicada para procurar mais problemas. A fé está em primeiro lugar quando você pisa em um barracão. E para uma orientação correta sempre procure seu babálorixá, pai pequeno ou ojúbonã, os desencontros de informações são um grande gerador de problemas dentro do axé, por isso, cuidado.
Para todas as horas, bom senso, educação e respeito em primeiro lugar, aprenda que para ter uma vida longa no Candomblé, você deve ouvir e ver mais do que falar.
À comunidade,
Receba e cuide do seu irmão, como gostaria de ser cuidado, essa é uma lei universal!
Muito axé,
Bàbá Diego de Odé
Ilè Asé Ègbé L’ajò Ògún Èrèguedè
(11) 4141-0167
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