Noite passada eu dormi pensando na religião e na vida de
seus adeptos, o que na verdade esperamos do nosso Orixá? Eu lido com essa difícil
questão diariamente, cada um que entra para a casa de axé tem um desejo ou
vários. Relembrei tantas situações onde
eu só continuei na religião por realmente amar o Orixá. Mergulhei nas
lembranças e me perguntei, quantos dos meus filhos ou amigos do axé,
suportariam passar pela fome, tristeza, morte, traição e a fé continuar firme?
Aliás, quantos de nós estamos preparados para colocar a cara a tapa e enfrentar
um problema sem colocar a culpa no Orixá ou no Ajé?
Muitas vezes durante os oròs e função eu fico observando
cada um dos meus filhos, vejo no olhar de cada um a expressão de sua fé e em
alguns não consigo enxergar nada além de necessidade, esses não conseguem nem
me enganar, imagina o Orixá. Pior de tudo é que geralmente os que menos se
dedicação são aqueles que mais esperam. Religião é a forma que buscamos a Deus,
nos religarmos. Estamos em uma igreja, um centro ou um terreiro, para buscar orientação
e desenvolvimento espiritual e não para regredirmos na escuridão da ignorância,
do ego e da vaidade.
Sou jovem e sei que ainda tenho muita coisa para viver, mas
a atual situação da nossa religião me preocupa muito, que culto deixaremos para
os nossos filhos e netos? Um mundo onde o modismo reina e o volume de
informações parece que atrapalha muito mais que ajuda. Como será que eles vão
cuidar e zelar por nossos Orixá, dizer que isso não é um problema nosso só
mostra o descompromisso com o futuro e com a própria religião, que é muito
valiosa para cair nas mãos erradas.
Uma ótima semana!
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