Começa um novo ano e com ele a vontade de fazer diferente, de renovar a vida, mas sinto muito em dizer que a coisa não é tão fácil assim, somos a soma dos erros e acertos vividos e isso não vai mudar em um triscar de dedos, teremos sempre que nos esforçarmos para conseguir o equilíbrio, pois o tempo marca e deixa cicatrizes poderosas, que devem servi como exemplo ou podem ficar escondidas debaixo de uma maquiagem, que logo é retirada pelas lágrimas.
O Orixá e o axé estão em nossas vidas para dar sentido a todo sacrifício e consequentemente às nossas vitórias, não vejo o Orixá como uma força contrária ou que boicota os nossos planos, sei que existem mistérios e o que nesse momento não faz sentido, amanhã com certeza entenderemos. A nossa fé é tão bonita, tão cheia de encanto e como os antigos dizem, Ifá nunca nos diz não, ele sempre nos orienta, só não podemos querer que ele diga aquilo que queremos ouvir ou faça mágica.
O tempo que nos dedicamos a nossa fé, não é cronometrado ou vira “bônus” para exigirmos o que nós achamos ser importante, pois teremos que ter confiança no Orixá e nas mãos dele entregar o que os nossos olhos não conseguem enxergar, o que as nossas mãos não conseguem agarrar ou os nossos pés alcançar, esse é o candomblé que eu conheço, pois tudo que eu construí não foi a sorte quem me deu e sim minha insistência e a minha capacidade de admitir meus erros e conseguir ver as minhas potencialidades e sei que essa força, aquela que vem de dentro, foi Odé quem me deu e só por isso já sou muito grato.
Aprendi esse ano que passou, que durante a vida de um zelador de Orixá, vamos ter que respeitar a vontade e a decisão de alguns filhos, mesmo não concordando, mas nem por isso deixamos de amá-los ou admirá-los e sim que estamos tratando-os como adultos.
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