Em quase todo mito yorubá encontremos menção à oferendas aos Orixás e esse é um costume da maioria das religiões antigas que nós, do candomblé, herdamos e eu particularmente vejo como um ato muito bonito, dividir sua mesa, aquilo que colhemos com o Orixá tem todo sentido, pois acredito que sem ele nada é possível, contudo a crença de ofertar é muito maior que fazer uma comida ou dar osé no seu igbá, você precisa sentir a magia do axé, dar o melhor de você, com carinho, atenção e dedicação, afinal não é isso que você espera do seu Orixá?
No nosso culto, temos louças, precisamos de grãos e etc, tudo isso custa dinheiro e cada vez mais o que é para nós que cultuamos Orixá, é ainda mais caro, um obi R$ 5,00, uma boa sopeira, R$ 180,00 e por aí vai, isso sem falar das despesas de uma casa de axé, como água, luz, telefone... E evidentemente como vivemos em uma realidade física isso tudo é muito importante, mas não tudo e eu aprendi isso vivendo axé, pois antes de ser babálorixá eu acreditava que bastava seguir a "cartilha", participar, dar obrigações e ponto, mas vejo com a experiência que não, é muito mais, é ter o Orixá como parte de você e não como uma dúzia de pratos que de vez enquanto você passa um paninho encardido, ou deixa jogado no canto até um irmão de axé limpar ou seu zelador desmontar, por que é muito triste ver algo que demorou tanto tempo para ser feito e cultuado, tratado com total descaso.
Siga o verdadeiro Orixá, abra sua cabeça para entender o sentido que há em cada fundamento, em cada itan ou oriki, não feche seus olhos ou se limite em seguir apenas o que te dizem ser o correto, reflita, olhe com o coração e veja o verdadeiro Orixá. Somos eternos aprendizes e eu ainda quero aprender muito, mas vejo tanta gente falando besteira, se expondo, deixando de lado o tempo precioso que tinham e poderia ser dedicado a fé, mas que é usado para alimentar o rancor, ódio e fofoca que nada constrói.
Um grande abraço a todos e obrigado pelo carinho de sempre!
Nenhum comentário:
Postar um comentário