A questão “fidelidade” é muito delicada, pois as pessoas confundem ser fiel com ser submisso, e uma coisa não tem nada haver com a outra, assim como eu também acredito que ela está diretamente relacionada com a reciprocidade. Hoje em dia é um troca-troca de casa de axé. E eu me pergunto:
-Cadê o juramento do roncó?
Muita gente iniciada me questiona, sobre o que é o juramento de santo? Eu acho estranho, pois ele é aplicado em todos axés há séculos, pois era uma forma de manter os segredos de axé e da ancestralidade, seguros.
Existem dois tipos de juramento, o primeiro é quando você se inicia e jura ser fiel ao seu axé, ao seu Orixá e ao seu zelador. E o segundo é no Oyè, quando juramos zelar pelo Orixá, cuidando dos filhos deles como se fossem nossos, levando a palavra do seu axé com fidelidade. Veja que tanto o yawò, quanto o babalorixá ou a iyálorixá, tem o compromisso de manter a dignidade e a honra para com o axé.
Como eu digo, você não pode cobrar o que você não oferece, ou seja, se você está em uma casa e fala mal do seu zelador e sai contando tudo que é feito dentro do quarto de santo, certamente sua vida não vai para frente, pois as Eleyés, as senhoras do segredo, te cobrará por sua falta de postura e com elas não adianta, do abiã ao mais alto cargo que você tenha, sofrerá sua fúria e terá suas entranhas corroídas pela própria escuridão que você mesmo plantou, quando virou as costas para o amor que foi lhe dado. E isso não é ameaça, apenas consequência. Nesse mundo não podemos fazer e falar o que queremos e acharmos que vamos sair imunes. Não se esqueça que você pode enganar o homem, mas nunca enganará o Orixá, pois mesmo que não acredite naquilo que você carrega, não quer dizer que ele não exista para quem nele crê.
A luz e a verdade sempre vencem!
Um comentário:
Concordo pleno. Em tudo.Ase.
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