segunda-feira, 29 de julho de 2013

Valorização do Candomblé


Nós, adeptos da religião dos Orixás vivemos em uma sociedade cristã, que o tempo todo nos critica e nos aponta. Eu desde muito pequeno tive que lidar com o preconceito, afinal todos da escola que eu estudava, sabiam da religião dos meus pais, pois morávamos em uma casa de candomblé e não foi nada fácil lidar com o que hoje chamam de bully. Me tornei sacerdote aos 19 anos e tive que me dividir entre escola, trabalho e os afazeres na casa de candomblé e vivencio todos os dias os prazeres e desprazeres da vida de um líder religioso.


Ontem em uma conversa muito interessante com amigos de outras religiões, surgiu a seguinte pergunta:

- O que você, Babá Diego, vê de negativo na sociedade de candomblé?

E eu o respondi:

- Nossa religião é extremamente hierárquica e por conta disso o maior problema que existe é a questão da “guerra das gerações”, os mais novos reclamam da falta de apoio do mais velho e em contra partida, os mais velhos reclamam da falta de respeito por parte dos mais novos. Isso divide nossa religião e consequentemente nos enfraquece. Atualmente existe uma “explosão” de novos axés e muitos acabam esquecendo que para ser um babálorixá ou uma iyálorixá, não basta apenas ter nascido com o dom, é preciso lapidá-lo e com a experiência dos mais velhos, podemos aprender mais, evitando os erros passados, pois todo cuidado é pouco, quando lidamos com vidas. 

Nesse dialogo surgiram questões interessantes, como responsabilidade social e ambiental, mas gostaria de dividir com vocês, pois dialogando podemos apontar os erros e tomar ações que faça nosso convívio melhorar e nossa religião ser valorizada.

Uma ótima segunda!

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Sobre abikú

 Salve, salve leitores do Terra dos Orixás, a muito tempo eu não escrevia, mas decidi voltar a dividir o meu cotidiano e pesquisas com vocês...