Entre todas as habilidades que um zelador deve ter, a mais complicada de desenvolver é a questão do relacionamento interpessoal, pois diariamente convivemos com todo tipo de pessoas, cada um com sua vivência, como seus problemas, com suas angustias. E como fazer isso?
Com a experiência, aprendemos que para alguns seremos um “ponto final” e para outros uma “virgula”, sou seja, tem gente que veio para ficar e outros que apenas tiveram que tomar uma direção, assim como de alguns você receberá carinho e amor, já de outros a ingratidão, e aí vocês me perguntam, mas e o Orixá, ele não avisa? Sim. Mas como lideres religiosos temos que acreditar na mudança das pessoas, nem todo pau que nasce torto, morre torto, afinal que sentido teria sua existência se não pudesse melhorar.
Vivemos em um mundo de “troca” e assim é na religião, onde não há graça sem sacrifício, não há confiança sem respeito e se o seu tempo é precioso o do outro também é. Quando eu comecei nessa vida de “pai de santo”, tudo me abalava emocionalmente e hoje eu vejo que precisei passar por essa fase, para enfrentar guerras maiores. Se você tem a consciência que fez tudo que pode pela pessoa e ela não te deu valor, o que resta a fazer é esquecer que ela existe e seguir seu caminho, pois o Orixá é justo.
Você que o Orixá escolheu para ser zelador, se prepare psicologicamente, pois não é nada fácil liderar um candomblé, procure aprender com a experiência dos seus mais velhos, participe de conversas, tudo isso é muito valioso e pode te ajudar a não tropeçar nas mesmas pedras e levar nossa religião em frente.
Um comentário:
Creio também que quando se tem a certeza de que fez o bem, dentro de suas capacidades, o orisá da pessoa será eternamente grato, mesmo que ela em si não o saiba. Grande beijo e boa semana, motumbá!
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