Em nossa religião lidamos com energias o tempo todo, e para
um zelador essa troca de energia é ainda maior. Por isso temos que renovar
nossas energias, seja um ebó, um bory ou até mesmo uma obrigação. Eu estou vivendo
esse momento, para tanto contei com a ajuda de pessoas que eu amo e confio,
afinal minha cabeça sustentas outras tantas. Agradeço a Mãe Elizangela de Oxum
que tem mais de vinte e um anos de dedicação ao Orixá e a todos que estiveram
presentes nesse final de semana que foi maravilhoso de dedicação a Odé.
Retribuir e agradecer é primordial para uma vida plena e
feliz dentro do Axé. Claro que eu gostaria que o meu zelador estivesse do meu
lado nesse momento, mas infelizmente não foi possível, devido a uma série de
impedições, então contei com aqueles que estão ao meu lado e que me amam.
Deixando claro, que não estou tomando “idade de santo”, apenas homenageando meu
Orixá . Certa vez ouvi que teriam dito que eu não fui sentado como babalorixá e
que eu tinha que ter meu próprio axé para ser chamado de babá. Para essas pessoas eu digo:
-Sou herdeiro de um axé de mais de 40 anos e ory aladê, quem
precisa ser sentado é quem abre um novo axé, uma nova casa. Tomei sete anos no
Asé Obá Oru e a mim e a Odé foram entregues todos os direitos, conforme
testemunhas que estavam presentes, como Yá Ivete de Airá, Babá Danilo de
Yemanjá, entre outros. E no discurso proferido pelo meu zelador em Maio de 2009,
ele endossou o meu sacerdócio, dizendo que eu era abiasé e que estava assinando
em baixo. Minha filha, Mayra de Oxalá e sua mãe, estavam presentes e são
testemunhas, assim como toda a comunidade de Itapevi presente. Não precisei “dormir” nem pagar, para ter o
que eu tenho.
Para ser um líder espiritual, temos que ter transparência e
prestar contas à comunidade que nos seguem, não quero ser mais um zelador de
“passado maquiado”. Minha história é humilde, simples, mas é minha, ninguém
precisou inventar nada. Nasci na nação Egbá, tomei minhas obrigações em ketu e
hoje sou muito bem resolvido e feliz. Dirijo minha casa com a Yá Rose de Oxum,
minha mãe carnal e também a mulher que me traz equilíbrio. Podem dizer o que
for, não nos importa, pois a felicidade e a força que temos é muito maior que
as más línguas, que preferem agredir com palavras do que admitir que viemos
para ficar. São mais de cinquenta pessoas iniciadas em seis anos, dentro e fora
do país. Uma cartela de clientes respeitáveis e muitos seguidores nas redes
sociais, por isso estou dando satisfação, afinal confiança é uma coisa que não
tem preço e que só se mantem com verdade e transparência.
Muito obrigado família Egbé L’ajò, muito obrigado Mãe Rose,
Mãe Mãezinha, Pai Rosivaldo, Pai Pingo de Logun e aos amigos e seguidores do
Face, pelo apoio de sempre.