Quando falamos do futuro do candomblé, não temos como não pensar no tipo de zeladores que irão surgir e como ajudar as próximas gerações. Eu acredito que somos apenas uma passagem nessa terra e nossa missão é deixar tudo arrumado e o mais estruturado para que nossos filhos e netos herdem um mundo melhor e assim é na religião.
Leio muitas gente criticando os mais novos, dizendo que estamos no caminho errado, pois questionamentos a velha política do "manda quem pode e obedece quem tem juízo" e que vamos acabar caindo nas mesmas situações e vendo que eles estavam certos. Concordo que a hierarquia seja importante, ela nos protege com a sua experiência e com os bons conselhos, mas sou terminantemente contra os abusos gerados pelo mau uso do poder hierárquico. Porque ao invés de criticar, não preparar, não dar treinamento e orientação para os filhos que nasceram ory aladè, ou seja, coroados? Por ciumes? Medo? O que será que motiva tantos babás e iyás a não incentivar e apoiar os novos lideres? Essas são questões que eu não consigo compreender, já que o mundo é muito grande e o sol nasceu para todos.
Como zelador, vejo o quanto é gratificante treinar um filho de santo, ver crescer nele a vontade de levar a nossa fé a diante. Vejamos os exemplos que temos em outras religiões, que além de ensinar as práticas sacerdotais, ainda dão aulas de marketing, comportamento, relacionamento interpessoais e etc. Tudo isso para preparar o novo líder para a luta que vai ser sua vida como religioso. Reclamar pode até chamar a atenção, mas são as ações que efetivamente resolvem os problemas. Pensem nisso!
Nenhum comentário:
Postar um comentário