Como eu havia escrito nos últimos posts, esse mês é dedicado às divindades presentes no Olubajé e não teria como falar da família Jeje sem explanar sobre Òsùmàrè, Orisá do arco-íris, da transformação e de mutação. Existem pelo mundo diversos cultos a Dan, ou seja, a cobra. O fascínio do homem sempre foi grande a respeito desses animais que tanto encantam quanto causam medo e como tudo na natureza, existe um Orisá que representa essa força. Porém achar que Òsùmàrè é uma cobra ou apenas domina os rastejadores, reduz nosso pensamento diante de tantas outras forças que ele representa.
Òsùmàrè é a mutação, a transição entre a água, a terra e o ar, nasce da lama do fundo do rio e atravessa o limite do universo. Sua ligação com Omolu tem origem em seu nascimento, pois também é filho de Nanã e como os demais filhos, foi criado por Iemanjá e apadrinhado por Olokun, Orisá das profundezas do oceano. Òsùmàrè, tem forte ligação com Òsún, devido a água, seu habitat; com Iroko, pois também é ligado a ancestralidade; e com Ossayn, onde domina o poder de cura. Também possui ligações com Orumilá, onde em muitos itans (lendas), Òsùmàrè aparece como Babálawò, manipulando as forças do destino. Por fim, apresenta ligações com Iku, afinal a morte é uma das principais transformações do Aiyè (Terra).
É importante destacar, que o uso da cor branca nas vestimentas do Orisá é pelo significado de eternidade, assim como o dourado que é associado ao sol e a riqueza. Òsùmàrè usa a ikó (lança), símbolo de defesa, assim como a adága (espada) e o takará (círculo de metal unido com uma lança), além da dan (cobra) de metal, usada em seu assentamento sempre em par, pois Òsùmàrè é fortemente ligado a dualidade, o macho e a fêmea.
Que Òsùmàrè esteja sempre presente na vida de todos vocês, favorecendo boas transformações e cobrindo a todos de prosperidade.
Muito asé!
Babá Diego de Odé
11 4141-067
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