Uma frase que marcou minha vida foi “Omolu é o orisá que carrega a doença sem deixar que ela encontre seus filhos”, e assim é esse Orisá, um dos mais enigmáticos do Candomblé. Sua palha encanta e guarda o mistério da vida e da morte, guarda uma rica liturgia, que é em parte revelada no Olubajé, o banquete do rei.
Omolu também é ligado a terra, ele envolve a semente para que ela semeie e dê grãos para alimentar seu povo. Rigoroso, mas amigo, Omolu está presente em todas as iniciações, pois é sobre uma esteira que repousa os iyáwòs. Com suas palhas são feitos também os ikan, entrekan, kelè, saorò e o mokan, símbolos importantíssimos no Candomblé e que guardam a segurança espiritual do noviço. O senhor da doença é também chamado de Rei, mas não de riquezas materiais e sim de honra, gentileza e compaixão, chamado carinhosamente de "médico dos pobres".
Amigo e pai presente para seus filhos, que em sua maioria chegam na religião por motivos de doença, a ele atribuo muitas curas que são realizadas na casa de axé, por isso também chamamos de dono do corpo, pois em conjunto com o Bara estabelece o equilíbrio físico, e a pipoca, o durubú, lhe pertence e é usado em na maioria dos ebós de saúde.
Omolu nasce de Nánà, mas é Yemonjá que cuida de suas feridas e o educa, ensinando-o a cura e ao lado do seu irmão Osanyin cria remédios para ajudar a humanidade. Companheiro de Iyèwá, era na sombra de Iroko que Omolu descansava após uma longa trajetória, onde contava ao seu irmão mais novo Òsùmàrè, suas memórias e mistérios, tendo com ele um laço forte de amizade.
Muito asé e que Omolu sempre te proteja!
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