Esse foi o tema escolhido dessa semana sobre pessoas que fizeram a iniciação no candomblé e tiveram um pós iniciação parado ou pior do que já estavam.
O primeiro ponto é que existe SIM uma promessa de abundância após “raspar o santo”, como chamamos, porém devemos entender que o rito de passagem é um desenvolvimento onde cada um terá sua experiência própria e o primeiro grande problema é a comparação com a vida do irmão ou de alguém que está no mesmo processo. Isso não se aplica apenas aos que fizeram orisá, há muita gente que mesmo com muitos anos de asé ainda se pergunta se foi a melhor ou pior decisão da vida.
1 - Qual a vida que você levou para dentro do roncó?
Essa é uma pergunta importante, pois as suas experiências na infância, a família e a comunidade onde você foi criado (a) diz muito a respeito dos problemas e obstáculos dessa primeira fase na religião. A reforma do orisá começa de dentro para fora e isso pode doer um pouco. Não é a toa que tratamos o iyáwò como criança.
2- Qual o seu comportamento no preceito pós rito iniciático?
Ser “feito” requer postura, compromisso e doação. Não adianta você achar que tudo serão flores, existe uma vida que vai passar por um processo de readaptação e nesses primeiros anos você passará por testes e provas de fogo e, como na vida real, na hora da prova o professor ficará em silêncio.
3- Quais são seus sonhos e até onde está disposto a ir por eles?
A grande maioria das pessoas de sucesso tem ligação com o candomblé e graças a nossa luta muito do preconceito está sendo quebrado e hoje sabemos de irmãos da nossa fé na politica, na mídia, nos tribunais, entre outros, portanto ser de orisá não é ter a vida arruinada ou perdida, é ter a nossa essência fortalecida, mas para isso você terá que ter coragem e estar disposto a cumprir seu destino de direitos, mas também de deveres.
4- Sua fé te protege!
Mesmo que você tenha nascido em uma casa que não estava preparada para iniciação em orisá, a sua fé e sua conduta irá te proteger, afinal orisá é uma inteligência superior e antes que pense que eu estou apenas responsabilizando o iyáwò, ao contrário, eu estou deixando claro que você é responsável por você mesmo e não vai conseguir controlar tudo o tempo todo, então minha forma de ajudar é orientar no que você pode fazer, mesmo quando passa por um lugar ou “mão” onde você foi mal orientado (a).
Sempre há tempo de recomeçar a vida, e esses momentos de inércia, assim como o tempo de tempestade, acontecem por um único motivo: estimular sua capacidade de ser melhor, de crescer e encontrar o seu verdadeiro destino.
Faça orisá, mas antes disso converse com seu iniciador, abra seu coração, conte seus traumas e tristezas, um bom diálogo vai ajudá-lo na hora de preparar um ebó, um bori ou qualquer outro lado que ajude na cura que você está buscando.
Bàbá Diego de Odé
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