Salve, salve leitores do Terra dos Orixás, a muito tempo eu não escrevia, mas decidi voltar a dividir o meu cotidiano e pesquisas com vocês, ando pensando muito sobre o sentido e propósito que existe em estar aqui, na terra, o que estamos fazendo com o dom que Olorun nos deu.
Hoje o dia foi dedicado a compromissos fora do asé, e durante o trânsito, alguns assuntos surgiram quase que espontaneamente, e eu amo essa conexão com os meus filhos, de pensarmos sobre os mesmos temas e surgiu uma questão bastante falada, mas pouco entendida, que é o abikú (abi: nascer, ikú: morte ou morrer). Entendo que todos nós já nascemos para a morrer, no sentido terreno, pois acredito na eternidade da alma, mas o que seria o abikú?
Todos nós nascemos com um propósito individual e um coletivo, a diferença do abikú é que nasce com um sentido muito claro, retornar o mais rápido possível para sua comunidade do orún (ègbé orún), e vem programado a lembrar disso, seja já no nascimento ou nos primeiros anos de vida.
Eu acredito que cada um de nós já faz parte de uma comunidade no céu, onde há família inteiras e a nossa busca aqui é sobre a dualidade, o entendimento e equilíbrio entre o EU e o NÓS, que começa já na nossa fecundação, com o masculino e o feminino, e toda a carga ancestral que recebemos de ambas as partes. É interessante o número de “abikús” que surgiram na última década e vários problemas, inclusive a depressão é associado a esse fenômeno, o que é muito perigoso, essa banalização de algo tão sério na espiritualidade, que sim, existe para nós, mas que há uma série de averiguações que devem ser feitas a esse respeito.
Existem mistérios a serem desvendados e entendidos, mas acima de qualquer coisa, o que construímos aqui, seja em poucos anos ou muitos, é o que vale para a ancestralidade que estamos construindo, pois vejo muita gente preocupada com as dores que estão carregando e poucos se atentando ao que vão deixar como marca nesse mundo.
O estudo sobre abikú vai continuar, e a cada descoberta, eu venho aqui e dividido com vocês.
Até amanhã elefantinhos!
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