quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

As Más Línguas - Vivendo em Sociedade

Todos os dias que eu abro o meu Facebook, vejo alguém reclamar do tal “Zé Povinho”, da fofoca, das más línguas, e eu penso, será que já não se acostumamos? Será essa uma cultura já enraizada? Pois eu passei por isso, minha bisavó passava, meu zelador passa, sei que não podemos se habituar a isso, mas a única coisa que podemos fazer é ignorar, é focar nas coisas boas, nas graças que o nosso Orixá nos dá, pois dar atenção é inútil.
Ninguém é santo, todo mundo tem um passado, todos nós erramos e quem não errou é porque não viveu nada, e consequentemente nada construiu. Sempre ouço ou leio um maldoso ao meu respeito, ou a respeito de um Babá ou Iyá que eu admiro, pessoas que na maioria das vezes, nem nos conhece, nunca veio a nossa casa ou participou de uma função, para realmente saber como é, já outras que passaram pouco tempo convivendo conosco para criar uma opinião.
Hoje, meus Candomblés são internos, devido à reformas e também por que não querer conviver com esse “disse me disse”, esse leva e trás, que nada soma, aliás só desmotiva quem ama o Orixá e busca a religião para crescimento, pois que crescimento espiritual existe em ir para o Candomblé do irmão falar mal ou sair difamando? Ou você ir para casa de axé para saber fofoca? Estou fugindo desse tipo de coisa, e me afastando cada vez mais dessa "turminha do ejó".
Sei que para o invejoso, a vitória do outro é ofensa, mas antes de “queimar” alguém, busque melhorar você, pois acredite, a nossa conquista é feita em cima de muito suor, muita luta, nada nesse mundo é fácil, por isso busque seu lugar, pois eu e outros tanto zeladores, só queremos tocar a nossa casa, cultuar o Orixá e ter felicidade.
Muito axé!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Agradecimento ao Povo de Fortaleza

Estive por seis dias na cidade de Fortaleza-CE, ministrando as funções de Esú e Ogún na casa do meu filho Jabner Ti Omolu e Denilza de Odé, que me receberam com muito carinho e atenção, foram dias de muito axé e com certeza estarei de volta, como todos sabem, eu viajo bastante para dentro e fora do Brasil, mas são poucas as viagens que realmente valem a pena destacar, e essa é uma das que ficaram na memória.
Agradeço também ao Babá Babalorisá Thomas Ragazzi e Daniel Osogiyan, que abriram as portas de sua casa e da casa de Logun para me receber, e pra mim é essa casa de axé que representa o candomblé no Ceará, pois muitos pregam união, ou melhor, reclamam da falta dela, mas poucos tomam ações para fortalecer os laços sociais dentro da nossa religião.
Modupé Povo do Ceará, Modupé meus filhos, Modupé amigos de axé, Modupé parceiros desse lindo estado, em breve estarei de volta para louvar o Orixá com vocês!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Nossos Exemplos

Esse texto seria postado na comunidade da nossa casa (Família Egbé L’ajò), mas acredito que ele também pode ajudar outras casas, pois é baseado em nosso cotidiano e dividir experiências sempre é positivo.
Os mais velhos de uma casa de axé precisam ser espelho do babálorixá ou iyálorixá, são os que fazem a palavra do Orixá da casa ser aplicada, contudo isso deve ser feito com educação, amor e carinho pelos irmãos. Quem está chegando a uma casa, vem muitas vezes, com o coração machucado, com a vida bagunçada e precisa ser abraçado pela família de axé. Respeito as casas que mantém o regime rígido, onde manda quem pode e obedece quem tem juízo, mas essas não é a casa que eu idealizei para os meus filhos.
Eu, em dez anos que sou zelador, nunca precisei gritar nem humilhar ninguém para delegar funções ou impor o meu poder, eu acredito que influência e respeito, estão ligados a sabedoria, tolerância e reciprocidade, e não ao medo. Hierarquia existe para organizar o nosso culto, o mais velho transmitindo conhecimento ao mais novo, e o mais novo cuidando do mais velho, e não permito que no Ilè Asé Egbé L’ajò, surja qualquer disputa ou guerra de gerações, cada um tem o seu papel e sua importância.
Meu tempo é hoje! O futuro é agora e o que é bom permanece, o que é ruim precisa ser mudado, pois somos uma família e precisamos pensar no bem do grupo, antes do nosso. E na minha casa a estrela é o Orixá, celebridade são os nossos ancestrais e quem coloca ou tira é Esú, tenham todos a ciência disso.
Atenciosamente,
Babá Diego de Odé

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Apoio no Candomblé

A base de todas as religiões, que eu conheço, é a união entre seus fiéis, falar uma mesma língua e seguir os mesmos dogmas e assim é no Candomblé, por mais que cada casa de axé tenha sua visão, a palavra do Orixá e o que cada um representa, é uma verdade coletiva, eu não posso dizer por exemplo, que Osún veste preto e é dona dos desertos, pois a cultuamos de forma ancestral, ou seja, o que o Orixá é, já está determinado em sua origem africana e mesmo sabendo que seu culto precisou se adaptar aqui no Brasil, eu não tenho o direito de “inventar” nada, a não ser que eu crie uma “seita” com os meus "achismos", mas enquanto estiver levando o nome da religião Candomblé, tenho que me manter fiel a ela.

Atendo muitos filhos de Orixá que sentam em minha mesa de jogo de búzios e dizem ter se afastado da religião, por não encontrar apoio, seja quanto a vida pessoal, seja quanto a vida espiritual, onde sabemos que uma influência a outra. Mas quantos realmente estão dispostos a vestir a camisa do Candomblé e dos ensinamentos do axé? Quem de verdade busca seguir o que o Orixá determina no jogo de búzios, o que eles nos ensinam em suas itan(lendas) e tentar pelo menos uma vez ou outra pensar em NÓS, antes do EU, do MEU? 

Vale pensar e repensar, o que estamos fazendo com a nossa fé, pois estamos se preocupando e dando força para situações pequenas, egoístas e tão sem sentido, ao invés de usarmos o tempo para ações positivas, e quando digo ações, é porque essa história de pensamento positivo é boa, mas sem ações, sem demonstrações de afeto, companheirismo, amizade e respeito, são apenas pensamentos “bonitinhos” para diminuir a nossa culpa de se isentar sempre do que achamos que não nos pertence, pois esse tal de “cada um com seus problemas”, "Orixá tá na minha cabeça", e "só ouço o que eu quero", é o que nos afastam e destroem o que hoje, chamamos de Candomblé, digo hoje, porque daqui a pouco, até isso está mudando.

Que Esú nos proteja!

Cuidado com o Negativo!

Quem nasce com o lado espiritual aflorado, vai conseguir entender o que vou descrever abaixo. Nessa realidade, terra, temos o livre arbítrio, ou seja, escolha, mas será que no orún (céu), também temos poder de decisão? E como funciona para quem a esse mundo com uma missão espiritual? Para esse o livre arbítrio tanto é válido?

Eu acredito no poder de decisão sempre, não é porque nascemos com uma inclinação espiritual, que vamos justificar tudo com isso, ao contrário, vamos ter que ter muito mais força, coragem, entendimento e determinação, pois travaremos uma luta diária contra o “negativo”, como eu prefiro chamar as forças contrárias a criação e a felicidade, esse negativo busca todos os dias atrapalhar os nossos planos e é tão presente nessa realidade, que ainda não conseguimos entender, se ele é de fora para dentro, ou de dentro para fora. Meu objetivo com esse texto, não é causar pânico, como eu vejo, alguns tantos irmãos evangélicos fazendo e sim alertar. Um exemplo, quando eu estou para atender com o jogo de búzios, uma pessoa que está com um grande problema espiritual, eu já acordo me sentindo pesado, é como se aquilo que está negativo na pessoa, quisesse me afastar dela, para não orientar, pois a partir do momento que ela saber o que está acontecendo, o negativo irá ser enfraquecido, já cheguei a sentir uma ira da pessoa, e eu nem a conhecia, mas sempre respiro e peço que Oxossi tome conta e me guie.

E pensamentos que só os “abians” estão a mercê disso, não! Mesmo sendo iyáwò, ebomy, ekedy, ogan ou babálorixá, antes de tudo, somos humanos e carregamos toda a fragilidade de aqui existir, temos medo, raiva, rancor, mágoa, ego, sentimentos que alimentam e abrem a porta para o mal entrar. Os ebós nos limpam, se iniciar dá maior resistência, mas se você não lutar contra, acaba se afastando das pessoas que te ama, acaba se voltando contra a quem iniciou seu Orixá, à sua família e amigos, pois é isso que o mal quer, te ver sozinho, afogado no arrependimento e envolvido em uma capa pesada que não vai permitir que você caminhe nem evolua, pense nisso e busque ajuda, pois muitas vezes não é a sua vida que é ruim e sim o que você faz com ela e o que permite que nela entre.

-Babá Diego de Odé-

Sobre abikú

 Salve, salve leitores do Terra dos Orixás, a muito tempo eu não escrevia, mas decidi voltar a dividir o meu cotidiano e pesquisas com vocês...