domingo, 31 de março de 2013

Candomblé de Oxalá - 2013


Nessa função ficou muito claro que  somos um casa estruturada,  feita de uma verdadeira família. Convivemos durante uma semana, acordando e dormindo juntos e com isso pudemos nos conhecer melhor, conflitos são inevitáveis, contudo foram resolvidos e levamos a bandeira do Orixá a diante, isso faz uma família de santo, não importa o que aconteça, estamos aqui por e pelo Orixá.

Foram quatro meses onde não tivemos candomblé de portas abertas, e isso nos deixou “mal acostumados”, mas temos que ter a ciência e bom senso de compreender que quando se abre a porta para um “candomblé público”, temos que receber e servir da melhor maneira possível, o Orixá é a estrela do candomblé, os visitantes são o nosso publico e nós, da casa, somos servos e ponto. Eu sei que isso quase não acontece quando vamos visitar outra casa de axé, mas temos que fazer nossa parte e mostrar que não somos como os outros, temos rúmbè.

Quero agradecer a todos os babalorixás, iyálorixás, ogãs, ekedis, yawòs e abiãs que prestigiaram nosso candomblé e em especial meus filhos, que lutaram e se esforçaram demais para que tudo saísse perfeito, não foi atoa que Odé, Ogum e Oxum, trouxeram essa família, que cresce, sem perder a qualidade. Sou muito feliz pelos filhos que eu tenho e principalmente pelo axé que é derramado a cada função.

Uma ótima semana a todos!

terça-feira, 26 de março de 2013

Casa de Axé Egbé L'ajô - Transformando Vidas


Nós do Ilê Axé Egbé L’ajô, somos felizes em receber novos filhos e acreditamos que uma comunidade é feita de pessoas e não números. Fazer parte de uma família de axé é ter os laços feitos por Olorun, nosso criador, reafirmados através da fé.

Acreditamos que o Orixá é nosso guardião na terra, e que cada um dos 16 Orixás, cultuados hoje em nossa religião, é importante, assim como cada filho e membro da casa do axé. Dedicação, Respeito e Amor, são requisitos básicos ser filho desse axé, que foi fundado em 1964 pela minha bisavó e yalorixá, Minervina de Ogum.

Nossa casa luta é contra a politicagem e o abuso da crença, que tanto contamina o candomblé. Queremos que todos tenham espaço para crescer, que a sabedoria e o conhecimento não fiquem reclusos nas mãos de meia dúzia. Nossa meta é evoluir sempre sem deixar de acreditar e respeitar nossos ancestrais que sempre nos ensinaram que a Humildade é a chave para a felicidade.

Ser filho do Egbé L’ajô é caminhar sempre, sendo assistido e orientado por pessoas sérias e principalmente por um axé que cresce cada dia mais, não buscamos “repetidores” nem “seguidores”, buscamos filhos que estejam dispostos a fazer um candomblé melhor, do bem.

Então, sejam bem vindos!

Atenciosamente

Babá Diego de Odé e Iyá Rose de Dofonitinha D'Oxum

Endereço: Rua Guarapari, 97 - Jardim Dona Elvira, Itapevi - SP.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Papo Sério - O que esperamos do Orixá?


Noite passada eu dormi pensando na religião e na vida de seus adeptos, o que na verdade esperamos do nosso Orixá? Eu lido com essa difícil questão diariamente, cada um que entra para a casa de axé tem um desejo ou vários.  Relembrei tantas situações onde eu só continuei na religião por realmente amar o Orixá. Mergulhei nas lembranças e me perguntei, quantos dos meus filhos ou amigos do axé, suportariam passar pela fome, tristeza, morte, traição e a fé continuar firme? Aliás, quantos de nós estamos preparados para colocar a cara a tapa e enfrentar um problema sem colocar a culpa no Orixá ou no Ajé?

Muitas vezes durante os oròs e função eu fico observando cada um dos meus filhos, vejo no olhar de cada um a expressão de sua fé e em alguns não consigo enxergar nada além de necessidade, esses não conseguem nem me enganar, imagina o Orixá. Pior de tudo é que geralmente os que menos se dedicação são aqueles que mais esperam. Religião é a forma que buscamos a Deus, nos religarmos. Estamos em uma igreja, um centro ou um terreiro, para buscar orientação e desenvolvimento espiritual e não para regredirmos na escuridão da ignorância, do ego e da vaidade.

Sou jovem e sei que ainda tenho muita coisa para viver, mas a atual situação da nossa religião me preocupa muito, que culto deixaremos para os nossos filhos e netos? Um mundo onde o modismo reina e o volume de informações parece que atrapalha muito mais que ajuda. Como será que eles vão cuidar e zelar por nossos Orixá, dizer que isso não é um problema nosso só mostra o descompromisso com o futuro e com a própria religião, que é muito valiosa para cair nas mãos erradas.

Uma ótima semana!

sexta-feira, 8 de março de 2013

Mesa de Egbomi: Respeito se constrói


No candomblé, assim com em toda religião, existe hierarquia e essa organização é incumbida de manter a ordem, afinal estamos todos ali para servi. Mas não é novidade que o uso abusivo desses chamados "cargos" é cada vez mais recorrente e isso é vergonhoso.

Eu acredito que respeito se constrói não só com palavras, mas também com atitudes. Se o Orixá ou o zelador te deu um determinado cargo, corra atrás de aprender, de exercer, pois o divino reconheceu seu valor e acreditou em você, mesmo muitas vezes você ainda não está preparado(a) para aquela determinada função. Não use de forma desrespeitosa um poder que foi lhe entregue para ajudar e defender o axé.
O que pouca gente sabe, é que cargo depois de "rezado e cantado" é vitalício. O homem não pode apagar a palavra do Orixá, a não ser que este traia a confiança do axé ou tenha um ato que prejudique, e não tenha reparo, o Egbé. Essa é uma questão muito delicada, e que se ouvia pouco falar entre os terreiros tradicionais. Mas hoje com o "pula pula" de casa, se torna uma assunto super atual, onde tem pais e mães que não sabem nem tratar do problema, e fica um coloca e tira de faixa quenga a ser ridículo.
A cada passo que caminhamos, o aprendizado aumenta e a responsabilidade também e axé é lugar de gente que quer crescer, melhorar e principalmente se superar, um lugar onde podemos ser alguém independente da classe social, cor ou condição sexual. Por isso valorize o chão onde sua cabeça repousa e o Deus que mora em você se manifesta.

Uma ótima tarde.

Sobre abikú

 Salve, salve leitores do Terra dos Orixás, a muito tempo eu não escrevia, mas decidi voltar a dividir o meu cotidiano e pesquisas com vocês...