sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Ensinamento - A Força do Ajé


Sabemos que no Candomblé a força do “Ajé” existe, seja em qual for a época, sempre se ouviu falar que há uma energia contrária, que tenta o tempo todo boicotar a presença daquilo que é para nós a unidade onde tudo se encontra, o homem (espécie) e com o passar do séculos, nossas atitudes contrárias a criação, fortaleceu ainda o “negativo”, principalmente quando não permanecemos unidos em uma boa viagem (Ogún ajò...), contudo, mesmo que o ajé seja para todos, o “Asé” deve ser ainda mais vivo, principalmente na vida de um iniciado, ele não pode te impedir de evoluir e brilhar.
O Ajé usa os momentos de transição na nossa vida para agir, um exemplo é a passagem de uma casa de asé para outra. Todos aqueles que vieram de outra roça para o Ègbé L’ajò, sabem o quanto eu sou resistente a entrada desse filho e não é porque eu não acredite que o outro merece uma segunda chance, longe de mim, afinal eu passei por duas casas, mas é por conta dos fundamentos que são feitos na iniciação, tal como o “juramento”, os ebós que são feitos a ancestralidade e uma série de atos que te vinculam com aquela família ancestral. Então, não é apenas um “tchau”, isso pode bastar aos homens, mas quanto as divindades? Será que seu Orisá realmente quer seguir o caminho, como dizem ou é apenas o sua ori (cabeça) que não se sente confortável? E se fosse sua família carnal, você com seus cinco anos de idade, iria ter poder de escolher outra família? Tudo isso deve ser pensando, pois já se faz santo sabendo de todos prós (asé) e todos contra (geralmente a ègbé (comunidade)).
Por isso, acima de tudo está o Orisá e como um adosú (carrega Osú), cumpra seus preceitos, participe das funções e não apenas daquelas que são pró seu Orisá ou dos irmãos que você gosta, coloque seu branco na sexta-feira, vivencie o período de iyáwò, dentro de fora do asé e o mais importante, confie no que você carrega. Tenha em mente que a nossa religião veio do berço africano, da resistência de negros fortes e que sofreram demais, por isso, Orisá nenhum aceita “mi-mi-mi”, com tanta coisa ruim acontecendo no mundo pra te proteger.
Nunca deixe de vigiar, principalmente se o seu bem-estar influenciar muita gente, em geral, você irá incomodar uma considerável parcela daqueles que te observam.
Viva o Asé e não crie Ajé, o que existe já é o bastante para darmos conta.
Muito asé e uma excelente semana,
Bàbá Diego de Odé

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 Salve, salve leitores do Terra dos Orixás, a muito tempo eu não escrevia, mas decidi voltar a dividir o meu cotidiano e pesquisas com vocês...